Recursos da Câmara devem ser destinados ao Hospital Santa Cruz e para a Polícia Civil

por admin última modificação 08/03/2018 21h31
Após clamor popular, presidente Célio Galeski anuncia o cancelamento de edital para a construção da nova sede

Atendendo a pedido de representantes do Observatório Social e ao clamor popular, presidente da Câmara, Célio Galeski (PR), comunicou o cancelamento definitivo do edital para a construção da nova sede do Poder Legislativo, orçada em aproximadamente R$ 4 milhões. “Não estou cedendo à pressão, estou cedendo à participação do povo”, frisou ao justificar sua decisão na sessão ordinária de terça-feira, 13.

Dessa forma, R$ 360 mil das sobras financeiras da Câmara devem ser destinadas ao Hospital Santa Cruz de Canoinhas para o conserto do Tomógrafo e outros R$ 100 mil para a aquisição de uma viatura para a Polícia Civil. “Já conversei com o prefeito Beto Faria e está tudo acertado”, garantiu.

Galeski está encaminhando indicações ao Executivo Municipal para oficializar os pedidos de repasse. A prefeitura deve enviar à Câmara, ainda esta semana, projetos de lei solicitando autorizações para os convênios. As matérias devem ser votadas em regime de urgência já na segunda-feira, 19, a penúltima reunião ordinária do ano.

Ainda de acordo com Galeski, a Câmara deve ter em caixa um valor aproximado de 700 mil. “Ainda não fechamos as contas, creio que o valor exato só teremos no dia 22”, informou.

Contrário à construção da nova sede, vereador Paulo Glinski (PSD) chegou a propor que parte das sobras financeiras sejam ainda utilizadas na edificação de um novo centro de educação infantil (CEI) no bairro Piedade, para atender, principalmente, as 400 famílias residentes no recém inaugurado Loteamento Nossa Senhora Aparecida.

Segundo informou Galeski, já existe no orçamento do município a previsão de recursos para essa obra. “Até não sei porque ainda não saiu, pois a promessa do secretário de Educação era de que o CEI estaria pronto antes mesmo do conjunto habitacional ser entregue aos novos moradores”, explicou.

Porém, na sequência, o presidente não descartou a possibilidade de a prefeitura usar parte das sobras na construção do CEI. “O dinheiro é da Câmara só enquanto estiver na conta. Assim que a devolução é feita, o município faz o que bem quer com ele”, emendou.

Fora os recursos que a Câmara ainda tem em caixa, outros R$ 500 mil já foram devolvidos à prefeitura na metade deste ano, a fim de atender as necessidades do Hospital Santa Cruz (HSC), que passa por uma das piores crises financeiras de sua história.

Na época, o diretor administrativo do HSC, Derby Fontana Neto, ocupou a tribuna da Câmara para enaltecer a atitude do Poder Legislativo. “Foi uma atitude nobre”, disse.

Manifestações

Chamando a atenção para a crise financeira e moral que vive o país, o presidente do Observatório Social de Canoinhas, Gilson Pedrassani, usou a tribuna para dizer que não era contra a sede própria da Câmara, mas que defendia o cancelamento do edital para a construção. “Não é o momento”, observou.

Ao também se manifestar favorável ao cancelamento, o secretário executivo do Observatório Social, Reinaldo de Lima Júnior, afirmou que o momento exato para a construção é uma incógnita e pediu que a nova legislatura reprima qualquer iniciativa de se lançar o edital nos próximos quatro anos.

Opinião semelhante deu o vereador Paulo Glinski (PSD), justificando que há perspectivas de melhora para a crise só a partir de 2021 e que no próximo ano existe uma forte tendência de queda na arrecadação dos municípios. “Não vejo como esta sede própria ser construída na próxima legislatura”, argumentou.

Wilmar Sudoski (PSD) lembrou que a construção da nova sede começou a ser discutida em 2013, quando o momento do país era outro. “Hoje sou contra, existem outras prioridades”, disparou.

Vereadora Cris Arrabar (PR) seguiu o raciocínio do colega de Casa, solicitando, no entanto, que ao devolver os recursos à prefeitura, a Câmara cobre efetivamente o repasse às entidades prometidas. “Quem pode destinar os recursos é o prefeito. Isso tem que ficar bem claro. De repente amanhã isso não acontece, por algum motivo até o final do ano, daí vai fica que os vereadores não fizeram. Em outras situações nós (vereadores) indicamos, mas o repasse não foi feito”, exemplificou.

A sessão foi acompanhada por um público de 60 pessoas.

 

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