“Construir e manter canil público é inviável”, afirma médico veterinário

por admin última modificação 08/03/2018 20h46
Edson Radunz falou sobre o trabalho realizado pelo setor de controle de Zoonoses; Vereadores apresentaram manifestações
Em 2006, quando a Secretaria Municipal de Saúde começou a realizar estudos e desenvolver ações com o objetivo de retirar das ruas os animais abandonados, até se cogitou a construção de um canil público municipal. Lei municipal do ano de 2005, inclusive, assegurava esse direito à administração pública.
A ideia, no entanto, foi perdendo força quando da realização de visitas técnicas a municípios que já adotavam esse procedimento. “Para a nossa surpresa, em todos os lugares que visitamos, ouvíamos que não deveríamos construir o canil”, disse o médico veterinário do setor de controle de Zoonoses da prefeitura, Edson Radunz.
Ao ocupar a tribuna livre da Câmara, na sessão ordinária de segunda-feira (1º), ele prestou esclarecimentos referentes ao requerimento apresentado pela vereadora Cris Arrabar (PT), há cerca de duas semanas.
O veterinário defende a tese de que o local, com o passar dos meses e anos, se transformaria num problema ainda maior para o município. “Construir e manter um canil público é inviável. Se tornaria um depósito de animais, gerando diversas despesas com funcionários, materiais, medicamentos e alimentação. Logo a capacidade se esgotaria e o problema iria persistir nas ruas”, afirmou.

Foi a partir desta constatação que a prefeitura resolveu criar o setor de controle de Zoonoses que fica situado anexo a unidade sanitária de saúde do bairro Campo da Água Verde. Lá, o setor desenvolve o programa de redução da população de cães e gatos por meio de castrações de machos e fêmeas. “É uma técnica cirúrgica avançada, que dentre as vantagens pode-se citar o baixo custo, grande número de procedimentos e a segurança e integridade física dos animais”, assegurou o veterinário.

A técnica, segundo Radunz, permite o retorno dos animais às suas casas tão logo passe o efeito da anestesia. “Pelo menos 90% dos animais errantes têm donos, muitos deles relapsos e que não se importam com os transtornos ocasionados por seus cães e gatos nas ruas”, ressaltou.

Desde 2009, o programa de castração já realizou 1503 cirurgias. Nenhum município da região e do estado desenvolve trabalho semelhante com esta finalidade. “Vale lembrar que são animais domésticos, na sua grande maioria, que estão soltos pelas ruas. O programa desenvolvido em Canoinhas é inédito e, por algumas vezes, fomos convidados para apresentá-lo em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e também em Gaspar e Bombinhas, em Santa Catarina”, completou.

O setor, através do médico veterinário, também é o responsável pelo atendimento dos equinos e outros animais de grande porte recolhidos pelo Clube do Cavalo. A parceria entre o clube e a prefeitura existe desde 2010 e funciona 24 horas por dia em sistema de sobreaviso.

 

Manifestações

 

Vereadora Cris Arrabar (PT) fez questionamentos sobre o índice referente a redução da população animal solta pelas ruas. Como resposta, o veterinário disse que não existem números exatos, mas que isso já é percebido pela própria população. Falou ainda que o setor desenvolve, além das castrações, também palestras educativas em escolas e empresas a fim de conscientizar as pessoas.
Neno Pangratz (PP) elogiou a maneira pela qual o programa vem sendo trabalhado, destacou a importância do agendamento dos procedimentos e recebeu do veterinário a informação de que as cirurgias eram única e exclusivamente realizadas na sede do setor.
Gilmar Martins, o Gil Baiano (PSDB) informou que no interior do município também é grande o número de animais abandonados e lamentou o descaso das pessoas.
Wilmar Sudoski (PSD) e Paulo Glinski (PSD) incentivaram parceria entre o setor de controle de Zoonoses e a Ong Anjos de Patas tanto para o controle da população animal, quanto para o recolhimento de cães e gatos vitimas de maus tratos e que se encontram abandonados.
Ao elogiar a atuação do setor, Glinski ainda lembrou que apesar da boa vontade dos dois funcionários que realizam os procedimentos, a população animal cresce a cada dia. “Seriam necessárias ao menos duas frentes de trabalho para que os resultados fossem ainda melhores ”, garantiu.

 

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