Hospital Santa Cruz cancela cirurgias eletivas de pacientes do SUS
Telma Bley solicita informações sobre paralisação de cirurgias eletivas no HSCC
Um assunto de bastante importância, essencialmente à população que necessita dos serviços do Sistema Único de Saúde – SUS, foi motivo de requerimento e discussão na sessão desta segunda-feira, 18, na Câmara de Vereadores de Canoinhas.
O requerimento, de autoria da vereadora Telma Bley (MDB), e assinado pelos vereadores Célio Galeski, Coronel Mario, Edmilson Verka e Chico Mineiro, do PR; Paulo Glinski e Wilmar Sudoski, do PSD; e Camila Lima e Paulinho Basílio, do MDB; solicita informações da diretoria administrativa do Hospital Santa Cruz de Canoinhas – HSCC, com listagens específicas, os pacientes inseridos pelo município no Sistema de Regulação – Sisreg, para realização de cirurgias eletivas nas especialidades de cirurgia geral, oftalmologia, ginecologia, ortopedia e otorrinolaringologia.
Conforme informações da secretaria municipal de Saúde, a responsabilidade de chamar os pacientes para as cirurgias é do HSCC, bem como dar baixas no sistema referente a procedimentos realizados, e inesperadamente foram canceladas as cirurgias eletivas destas especialidades pelo hospital.
“O que está acontecendo é que muitas pessoas estão procurando os vereadores para pedir ajuda na agilização destes procedimentos, reclamando que estão com os exames pré-operatórios prontos, sofrendo as sequelas das patologias e ainda estes exames que já foram realizados, tem prazo de validade”, explica Telma.
Vereadora também destaca que o cancelamento destas cirurgias vai causar prejuízos maiores para manter a saúde dos pacientes, que sofrerão intercorrências clínicas e trará prejuízos consideráveis para a rede de exames pré-operatório, pois terão que ser repetidos.
Outra informação bastante importante, e destacada na sessão, é que os órgãos pagadores, no caso Estado e município, não tem inadimplência com as cirurgias eletivas, sendo que alguns médicos informaram ter momentos em que o hospital os proíbe de realizarem um número maior de cirurgias e repentinamente cancelam tudo.
Demanda represada – pacientes aguardando as cirurgias eletivas:
Cirurgia geral: 596
Ortopedia: 134
Otorrinolaringologia: 103
Oftalmologia: 94
Ginecologia: 14
No requerimento, vereadores solicitam informações sobre quais motivos levaram o Hospital cancelar as cirurgias eletivas, se os médicos foram consultados antes da decisão da paralisação e qual o prazo para retomada da realização destes procedimentos. Ainda, no requerimento, é questionado quem arcará com os prejuízos dos exames pré-operatórios, caso este passem do prazo de validade, dos pacientes que já estão prontos para realização dos procedimentos cirúrgicos.
E ainda é indagado que como maioria dos equipamentos existentes no centro cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva, Diagnóstico por Imagem, insumos médicos hospitalares e outros produtos foram custeados com recursos públicos, como se aplica a questão da legalidade, considerando que é para uso prioritário de usuários do SUS, e se paralisaram também os procedimentos cirúrgicos para usuários de planos privados e particulares, já que usam os mesmos equipamentos?
Em sua justificativa, vereadora também frisou que esta paralisação está prejudicando essencialmente as pessoas carentes, que não tem condições de pagar por uma cirurgia. “Por isso queremos saber porque dessa paralisação, se está sendo pago pelo estado e município. Não estou contra ninguém, estou a favor dos pacientes, das pessoas que precisam e nos tem procurado diariamente, pois precisam dessas cirurgias eletivas”, explicou Telma.
Chico Mineiro (PR) destacou que somente em cirurgia geral são 596 pacientes, e no total 941 pessoas aguardando, o que é um fator bastante preocupante.
Presidente da Câmara, vereador Celio Galeski (PR) também frisou que este é um assunto grave. “Os exames tem prazo de validade, e quem vai pagar os exames novamente para essas pessoas, caso os mesmos vençam. São quase mil pessoas na fila de espera, que estão sofrendo e sem nenhuma perspectiva de resolução neste momento”, destacou.
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