Exame preventivo do Mormo continuará sendo cobrado até o saneamento de focos da doença

por admin última modificação 08/03/2018 21h10
Médica veterinária da Cidasc esteve na Câmara para responder questionamentos que haviam sido feitos pelo vereador João Grein; Gerente da regional de Canoinhas falou sobre projeto que será implantado em escolas rurais

Não há prazo estabelecido para que o exame preventivo para a detecção da enfermidade de Mormo deixe de ser obrigatório em equídeos, principalmente, em cavalos participantes de atividades tradicionalistas, culturais e esportivas, além de feiras e exposições.

A informação é da médica veterinária da Administração Regional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc) de Canoinhas, Carolina Pazda Dambroski que, na tribuna da Câmara, respondeu a questionamentos feitos pelo vereador João Grein (PT), por meio de requerimento.  

Em sua manifestação na sessão ordinária de segunda-feira, 11, ela repassou informações pertinentes às ações para sanear focos e impedir a disseminação da doença no Estado através do controle do trânsito de equídeos.

De acordo com a veterinária, o Mormo “é uma zoonose que passa para os seres humanos, podendo causar uma pneumonia severa e levar as pessoas a óbito”. Os animais portadores da bactéria devem ser sacrificados para evitar a propagação da doença. “Podem até ser tratados, mas sempre serão portadores, podendo assim transmitir a doença para outros animais”, informou.

Ações de prevenção e controle da doença estão previstas na Instrução Normativa nᵒ24, de 05 de abril de 2004, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Em Santa Catarina, o primeiro caso de equino detectado com o Mormo foi em São Cristóvão do Sul. Outros cinco animais, que tiveram contato com esse cavalo infectado, também apresentaram exame preventivo positivo para a doença.

Antes disso, porém, haviam participado de evento na cidade de Lages onde tiveram contato com outros cavalos. Posteriormente, um dos animais que estava no evento foi detectado com a zoonose no município de Rodeio. Extraoficialmente, a veterinária ainda afirmou que já existe foco de Mormo em Imaruí, no Sul do Estado. “Deu positivo no primeiro teste e nessa propriedade existem mais de 90 animais”, comentou.

Segundo Carolina, um foco de Mormo leva de 45 a 90 dias para ser saneado a partir último animal infectado. Na região onde apareceu o primeiro equino doente, foram coletadas 77 amostras em propriedades vínculos (vizinhos e que tiveram contato com animal infectado). O resultado deve ser divulgado ainda esta semana. “Poderemos ter novos focos”, acrescentou.

A veterinária esclareceu que, em nenhum momento, a Cidasc proibiu a realização de eventos envolvendo equídeos. No entanto, só podem acontecer desde que os animais participantes apresentem resultado de exame negativo de Mormo e estejam vacinados contra a influenza equina. “Muitos deles foram cancelados por falta de tempo hábil para a realização do exame exigido”, explicou. Outro agravante é o custo, que gira em torno de R$ 150 a R$ 200.

Médicos veterinários autônomos cadastrados junto à Cidasc são os responsáveis pelas coletas de amostras no Estado, sendo que as análises são feitas por um laboratório de São Paulo. O prazo de validade dos exames é de 60 dias.

Conforme a veterinária, as medidas tomadas pela Cidasc visam apenas seguir a legislação federal. “Temos que executar. Mas quem não estiver cumprindo, teremos que enquadrar para que o faça”, ressaltou, ao dizer que a companhia trabalha com bom senso, mas que está impossibilitada de fazer algo que coloque em risco a sanidade dos animais e dos seres humanos.

A doença

Causada pela bactéria Burkholderia mallei, o Mormo não possui tratamento ou cura e pode ser transmitida ao homem. Conforme prevê a legislação, os animais acometidos devem ser sacrificados. O local onde está o cavalo com suspeita da doença deve ser interditado para quarentena.

O trânsito de animais infectados pode contribuir com a disseminação da doença, por isso, ele deve ser suspenso, com a formação de corredores sanitários, assim como ocorre com a febre aftosa em bovinos.

No caso do cavalo estiver saindo de uma área de risco para seguir para exposições ou qualquer outro tipo de evento, ele precisa fazer o exame preventivo. Sendo assim, só poderá circular se o laudo for negativo para a doença, informação que deverá constar no GTA.

A única forma de prevenção é evitar o contato entre os animais sadios e doentes ou com aqueles que apresentem sintomas semelhantes ao Mormo.

Em cavalos, a forma mais comum é a pulmonar que pode causar pneumonia crônica acompanhada de úlceras na pele dos membros e na mucosa nasal. Também pode ocorrer pela forma cutânea com nódulos e úlceras na região interna dos membros, com a presença ou não de secreção amarelada escura.

Projeto

Como forma de levar conhecimento técnico às famílias de produtores rurais, a regional da Cidasc, em parceria com a secretaria municipal de Educação e o programa Educação no Campo, está prestes a implantar o projeto “Sanitarista Júnior” em oitos escolas do interior do município.

Ao fazer uso da palavra na tribuna da Câmara, o gerente regional da companhia, Rodolfo Zipperer, disse que o projeto vai levar informações referentes à defesa sanitária animal e vegetal; inspeção de produtos animal e vegetal; saúde humana e educação ambiental para cerca de 220 estudantes “Temos plena convicção de que a criança ou o jovem do meio rural é o grande transformador da sua comunidade”, salientou.

Fora o cunho educativo, Zipperer acredita que o projeto também vai incentivar os jovens a permanecerem no campo, auxiliando-os a desenvolver profissões ligadas a área da agropecuária. Na exposição feita aos vereadores, o gerente apresentou a apostila que será utilizada por alunos e professores no decorrer das aulas. Um exemplar dela foi repassada ao presidente da Câmara, vereador Gilmar Martins, o Gil Baiano (PSDB).

 

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