“Uma solução tem que existir”, diz Glinski sobre a possível paralisação das balsas no interior

por admin última modificação 08/03/2018 20h47
Vereador informa que empresa que explora os serviços alega prejuízos financeiros e não tem mais interesse em operar os equipamentos

Produtores rurais canoinhenses que utilizam as balsas do interior para a locomoção de máquinas agrícolas, tratores e outros implementos ao Sul do Paraná, onde realizam o plantio de diversas culturas, foram pegos de surpresa com a possível paralisação das travessias.

Vereador Paulo Glinski (PSD), ao ocupar a tribuna da Câmara na noite de terça-feira, 26, informou que a empresa que explora as balsas alega prejuízos financeiros e já não tem mais interesse em operar os serviços.

O município conta com balsas nas sedes dos distritos de Felipe Schimdt e Paula Pereira e também nas localidades de Taunay e Santa Leocádia. Além de alterar o itinerário dos agricultores em até 60 quilômetros para poderem chegar às lavouras no Estado vizinho, a paralisação das balsas também deve afetar a economia do município. “Afinal, esses produtores geram emprego e renda a diversas famílias e o imposto gerado pela venda da produção fica em Canoinhas”, comentou Glinski.

O vereador cobra um posicionamento da administração pública municipal. Inclusive, propôs que os serviços sejam temporariamente custeados pela prefeitura ou, então, que se tente a terceirização individual de cada balsa. “Uma solução tem que existir”, disse, ao afirmar que a Câmara é parceira e está pronta para colaborar com sugestões.

 

Manifestações

Para o presidente da Câmara, Célio Galeski (PR), o investimento em manutenção e conservação das balsas é muito alto. “Lá atrás eu já dizia que quem ganhasse a licitação (para explorar os serviços) teria prejuízos”, garantiu.

Segundo ele, seria oneroso o município arcar sozinho com as despesas neste momento. Porém, não descarta a possibilidade de acordo com a empresa que explora os serviços, visando o subsídio de parte dos custos. “Ou então contar com a contribuição dos agricultores que precisam delas (balsas), pois o momento é de juntar forças”, ressaltou.

Neno Pangratz (PR) lembrou que fora os agricultores, a interrupção das travessias também prejudicaria uma olaria situada em Paula Pereira e que tem 70% da sua produção de telhas e tijolos escoada pela balsa. “E se isso acontecer, o que fazer? Parar com a produção e mandar todos os funcionários embora?”, questionou.

Já que o poder público municipal está proibido de ter a concessão das balsas, vereador Renato Pike (PR) propôs que o prefeito Beto Faria (PMDB) analisasse a possibilidade de oferecer a exploração dos serviços às associações de moradores do interior. “Tenho certeza que a comunidade vai conseguir tocar”, acrescentou.

De acordo com João Grein (PR) a ideia dada pelo colega de Casa é uma saída visando a não interrupção dos serviços, desde que a prefeitura ofereça garantias às associações de moradores. “Existe o interesse, mas as comunidade precisam ter certeza que isso não iria se transformar num cavalo de tróia”, frisou.

Chiquinho da Silva (PMDB) acredita que não seria viável as associações de moradores assumirem a concessão dos serviços. “É muita responsabilidade! Pois além da fiscalização, ainda teriam que ter todo o cuidado para evitar acidentes. E se isso viesse a acontecer?”, observou.

Gilmar Martins, o Gil Baiano (PR), lamentou o fato de uma Lei Federal que proíbe as prefeituras de operarem os serviços nos grandes rios e mares pelo país, também atingirem as pequenas travessias como ocorre em Canoinhas.

 

Paralisação

Esta não é a primeira vez que produtores rurais do município tem de conviver com a ameaça de interrupção das travessias. Em 2013 o serviço chegou a ser paralisado por determinado período logo após a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) ter notificado o município.

Na época a Antaq cobrou a adequação da exploração dos serviços por meio de empresa terceirizada. Ainda em 2013 os vereadores estiveram visitando a unidade da agência, em Florianópolis, e conseguiram a liberação temporária das travessias até que o município realizasse a regulamentação.

Em 17 de setembro daquele ano a Câmara aprovou em segundo turno o projeto de lei de origem do Executivo Municipal que autorizava a prefeitura a proceder a concessão pública para os serviços de balsas no município. O edital de concorrência pública foi lançado alguns dias depois.

 

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