Sanitarista da Casan diz que não tem como eliminar em 100% o odor originado por ETE

por admin última modificação 08/03/2018 21h33
Na Câmara, profissional afirmou que falhas operacionais e até o modelo da estação poderão interferir para um possível ‘mau cheiro’; Foi descartada a mudança de local para a construção

Apesar de ainda não ter em mãos o projeto da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que será construído no distrito do Campo D’Água Verde, o engenheiro sanitarista da Casan, Felipe João Cavalheiro, adiantou aos vereadores que não tem como eliminar em 100% o odor originado durante a remoção das cargas poluentes.

Segundo ele, falhas operacionais no tratamento do esgoto e até o modelo da ETE a ser edificado no município podem interferir e causar um possível ‘mau cheiro’. “Só depois de concluído o projeto é que teremos a real noção. Existem vários tipos de estação e cada uma realiza o processo de uma forma”, salientou o sanitarista, durante explanação na tribuna da Câmara, na sessão ordinária de segunda-feira, 13.

O edital de licitação, que irá definir a empresa responsável por elaborar o projeto e executar a obra orçada em mais de R$ 8,3 milhões, foi lançado no final do mês junho. A partir da assinatura da ordem de serviço, a vencedora terá 18 meses para concluir o processo.

O sanitarista informou ainda que, mesmo depois pronta a estrutura, técnicos da empresa executora devem ficar na cidade por um período de seis meses. “Para auxiliar no sistema operacional da estação e também treinar pessoal da Casan que dará sequência ao trabalho”, comentou.

Questionamentos

Assim como a maioria dos vereadores, Wilmar Sudoski (PSD) perguntou o que motivou a escolha do Campo D’Água Verde para abrigar a estrutura. “Já que deverá ser construída a menos de 300 metros de uma área residencial e próxima a terrenos cedidos pela prefeitura para a instalação de empresas”, lembrou.

O administrador da Casan, em Canoinhas, Herbert Groskopf Júnior disse que estudos técnicos realizados por uma empresa contratada e pela própria estatal definiram pelo local. Ainda discordou de Sudoski sobre a distância entre o ponto em que será edificada a ETE e as moradias. “Fica a bem mais de 300 metros, isso eu posso garantir”, acrescentou.

Informou ainda que a estação ficará numa área acima da cota de 761, para não ser atingida por enchentes e que será aterrada em até um metro de altura.

Vereador Renato Pike (PR) solicitou, ao sanitarista, informações acerca das legislações municipal e estadual que tratam da distância mínima entre uma estação de tratamento de esgoto e uma área residencial. Não descartou, inclusive, elaborar projeto de lei delimitando essa distância em até dois quilômetros caso as respostas não lhe sejam repassadas nos próximos dias.

Paulo Glinski (PSD) sugeriu que depois de concluído, o projeto de construção da ETE seja encaminhado para a análise da Câmara. O objetivo é colher informações técnicas e verificar, em municípios com modelos de estação semelhantes, questões relacionadas ao odor originado.

O fato de Santa Catarina ser o Estado brasileiro com os piores indicadores de saneamento básico foi citado pelo vereador João Grein (PT). Elogiou o investimento que está sendo feito em Canoinhas, lamentando apenas que o local abrigará a ETE, mas não será beneficiado com a rede coletora nesta primeira etapa da obra. “Chega a ser até contraditório”, ressaltou.

Já Chiquinho da Silva (PMDB) perguntou se existia projeto sócio ambiental para a execução da obra, até como forma de se ter o impacto dela na comunidade do local. O sanitarista respondeu que a agência financiadora não havia exigido sua elaboração.

Cris Arrabar (PT) indagou sobre a possibilidade de mudança do local de construção da ETE. O sanitarista classificou essa hipótese como ‘praticamente nula’, pelo fato de a metade dos quatro mil metros dos emissários (canalização que levará o esgoto a estação) já terem sido instalados. Fora isso, disse que qualquer alteração obrigaria em começar do zero todo o processo.

Estrutura

Aproximadamente 8,9 mil habitantes terão esgoto tratado e serão atendidos diretamente pela ETE. A rede coletora está sendo assentada em 56 ruas do município, numa extensão de 47 mil metros. Depois de concluída a obra, a cobertura da população urbana será de 17%.

Do tipo compacta e com estrutura pré-fabricada, a ETE de Canoinhas estará apta a tratar uma vazão de 40 litros de esgoto por segundo. O recurso para a obra foi obtido pela Casan, através de linha de financiamento junto a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

 

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